O Nabo Forrageiro (Raphanus sativus L.) é uma planta anual da família das crucíferas, de hábito de crescimento ereto, herbáceo, com intensa ramificação e altura variando entre 1,00 e 1,80m.
Tradicionalmente o Nabo Forrageiro é utilizado como adubação verde, ao fornecimento de massa (palha) para o plantio direto, como cobertura do solo e reciclagem de nutrientes, cresce bem em terras pobres, seja em locais frios ou quentes. Com menor freqüência, destina-se à alimentação animal e a pasto apícola.
Recentemente o uso no Nabo Forrageiro vem sendo ampliado, com destaque para os grãos que estão sendo considerados como excelente fonte de matéria-prima para produção de bicombustível/biodiesel.
O Nabo Forrageiro é uma planta muito vigorosa, com sistema radicular pivotante e agressivo, capaz de romper camadas de solo extremamente adensadas e/ou compactadas a profundidades superiores a 2,50m.
Apresenta, ainda, características alelopáticas muito acentuadas que lhe conferem a condição de inibir a emergência e o desenvolvimento de uma série de invasoras indesejáveis.
Aos 60 dias o Nabo Forrageiro cobre cerca de 70% do solo, inibindo a entrada e o desenvolvimento de plantas daninhas, seja nas culturas em andamento seja nas futuras, reduzindo ou dispensando o uso de herbicidas.
Floresce entre 70 e 80 dias após o plantio e atinge sua plenitude aos 100 a 120 dias. Possui excelente capacidade de produção de massa, com volumes próximos de 15 toneladas por hectare.
O Nabo Forrageiro possui, ainda, alta capacidade de reciclagem de nutrientes do solo, principalmente do fósforo e nitrogênio. Seu sistema radicular vigoroso pode ser classificado como excelente subsolador natural. Os efeitos benéficos nas culturas seguintes são visuais. Uma cultura de milho implantada após a cultura de nabo forrageiro chega a produzir uma tonelada a mais por hectare se comparada com uma área deixada em pousio.
É recomendado em rotação com culturas anuais, em pomares novos ou com outras culturas perenes.
Em razão da baixa relação carbono/nitrogênio (C/N), a decomposição da palha do Nabo Forrageiro é muito rápida. Para que essa palha perdure por mais tempo sobre o solo, o consórcio com aveia, triticale ou outra gramínea favorece a sua maior permanência.
Seus grãos, com cerca de 40% de óleo quando esmagados, são mais uma opção agrícola para fins energéticos. O óleo, comprovadamente, presta-se à produção de biodiesel e, para tanto, já foi testado in natura e, pela sua eficiência, é utilizado como combustível alternativo no lugar do óleo diesel.
O esmagamento artesanal ou industrial dos grãos do Nabo Forrageiro produz óleo, torta e farelo. A torta resultante do processo de prensagem mecânica com 93,53% de matéria seca apresenta composição de 39,01% de proteína bruta; 4,98% de matéria mineral; 13,15% de extratos etéreos (gorduras); e 5.064cal/g de energia bruta. Tratando-se de farelos obtidos pelo uso industrial de solventes, a porcentagem de gorduras cai para 1,0 a 0,5% e aumentam proporcionalmente os outros componentes.